O Editor do Portal Cranik "Ademir Pascale" entrevista o escritor M. D. Amado. (escritor e organizador do Estronho) http://www.estronho.com.br/
M. D. Amado - Foto Divulgação
ENTREVISTA:Ademir Pascale: Primeiramente, agradeço por ter aceitado a entrevista. Gostaria de saber como foi o início da sua paixão pelo gênero horror.
M. D. Amado: Eu que agradeço a oportunidade. Saiba que admiro muito sua iniciativa de estar sempre divulgando novos autores, sem se esquecer daqueles que já estão trilhando esse caminho há algum tempo.
Bom, eu diria que o gosto pelo terror veio inicialmente dos filmes do gênero, assim também como os hilários filmes trash. Não sou um profundo conhecedor da arte, mas sempre gostei desde pequeno. Me lembro do Cine Trash da Band, que nos trazia maravilhosas pérolas cinematográficas e um programa na MTV também. Atualmente eu coleciono outro gênero: western. Já o gosto pelos livros de fantasia e terror veio somente bem mais tarde. Eu já tinha passado dos 34 anos – hoje tenho 40. Comecei de cara por Stephen King, Poe, H.P. Lovecraft e recentemente Ray Bradbury, que achei simplesmente sensacional. Ele mistura suspense, terror e ficção científica de uma forma bem interessante. Narrativa e diálogos naturais, que não deixam a leitura cansativa. Além disso, passei ai por Anne Rice, Bram Stocker e outros.
Ademir Pascale: E como foi seu inicio para o meio literário? Fale sobre as suas publicações em antologias e sites.
M. D. Amado: Comecei a escrever na mesma época em que comecei a ler sobre terror. Pra ser mais preciso, meu primeiro conto foi escrito no final de 2004. Era pra ser apenas uma brincadeira. Meio que incentivado pelos contos que eram publicados no Estronho (principalmente os contos de Richard Diegues, Camila Fernandes e Rita Maria Félix). Sem muitas pretensões, escrevi “Chovia muito naquela noite”. O retorno foi muito positivo. Os mesmos autores de quem eu era fã, acabaram me incentivando a escrever mais. Depois de alguns contos publicados no Estronho e em outros sites, fui convidado pelo Richard a participar do Necrópole Volume II (Ed. Alaúde). E agora também fui selecionado para o volume 1 da coleção Paradigmas (Tarja Editorial). Vale citar também que tenho minicontos publicados no Terrozine, desde a edição número 2. Aliás, devo lhe agradecer não só pela oportunidade de publicar, mas também por me “apresentar” aos minicontos. Nunca tinha experimentado e agora viciei (risos).
Ademir Pascale: Conheci o site Estronho (http://www.estronho.com.br/) em 2008, e aproveito o ensejo para parabenizá-lo pela iniciativa e excelente conteúdo. Como surgiu o site e porquê o nome Estronho?
M. D. Amado: Cara, é muito legal falar do Estronho, porque ele está na internet desde setembro de 1996 e já passou por altos e baixos várias vezes. Ganhou prêmios, se classificou algumas vezes entre os primeiros colocados no iBest (na época em que o prêmio ainda fazia algum sentido), foi muito copiado no início e também teve momentos de puro esquecimento. Hoje anda por ai, meio no undergroud, mas com um público fiel.
Começou meio que por acaso. Eu estava aprendendo a mexer com internet e HTML e queria montar um site qualquer. Um dia, lendo o jornal Estado de Minas (no papel mesmo), vi uma notícia com o seguinte título: “Presidiário japonês se mata engolindo um rolo de papel higiênico”. Além de rir muito, achei aquilo maravilhosamente inusitado. Então tive a idéia de montar um site com coisas esquisitas. E tinha um amigo meu de BBS (nem tinha internet direito ainda) que tudo que achava estranho, ele dizia que era ESTRONHO. Daí coloquei o nome de Estronho e Esquésito. No início o forte do site eram os mistérios cotidianos, nomes estranhos, leis esquisitas, fotos estranhas e causos e lendas de assombração. O primeiro conto de ficção publicado foi em outubro de 1996, um conto da Shirlei Massapust. E que até hoje está no site. De uns quatro anos pra cá, comecei a dar mais ênfase aos contos e abrir cada vez mais esse espaço para a literatura. Divulgo não somente os contos, mas também os livros, fanzines, blogs e sites de autores de fantasia, terror e FC. E também qualquer projeto que incentive a literatura e/ou o cinema alternativo (como os infinitos sites, blogs e comunidades do Iam Godoy, da Ravens House Brasil – risos – Não sei como ele consegue tomar conta de tanta coisa ao mesmo tempo). O Estronho está sempre aberto a parcerias e a novos autores. É só entrar em contato (oguardiao@estronho.com.br)
Ademir Pascale: Qual é a sua visão referente aos zines amadores digitais e impressos?
M. D. Amado: Admiro e respeito muito o trabalho de todos, inclusive o seu e da Elenir, com o Terrorzine. Sem dúvida alguma é uma excelente ferramenta de divulgação para quem, como eu, está querendo colocar a cara a tapa. Mostrar a que veio. Eu mesmo conheci novos autores através do Terrorzine, do Flores do Lado de Cima e do Funhouse. Há inclusive no Estronho um tópico de divulgação para fanzines gratuitos. Em breve...
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