domingo, 8 de fevereiro de 2009

Esse conto foi divulgado no terrorzine nº 06.


Mãe d’Água
Elenir Alves

Zeca, não visita o lago que ele mesmo batizou de A Sombra das Águas, há 18 anos. Hoje com 27, lembra e conta que aos 9 viu acontecer coisas estranhas no velho lago, inclusive a suspeita morte de seu pai que até hoje é um mistério: eram 13 horas, quando Valentino, seu pai, abriu a porteira, arrumou a cela do seu estimado Azulão, montaram os dois e lá estavam na estrada tangendo o gado. Valentino deixara o rebanho se alimentando num pasto a uma légua do lago. Enquanto ele tirava o suor do corpo nas águas, Azulão também se saciava matando sua sede. Zeca resolveu pegar seu estilingue e sair correndo atrás dos pássaros. Empolgado, nem vira as horas passarem. A escuridão invadira o descampado. Resolveu chamar seu pai e, chegando nas proximidades, notou que Azulão estava estranho e enfurecido, também não viu o seu pai nas águas. Desespero. O medo lhe questionava: “Onde ele está?” Puxando o Azulão pela correia, saiu em busca de Valentino, mas notou que as suas vestes ainda estavam em cima da pedra do mesmo jeito que ele as deixou na beira do lago. Começa o momento de tortura e desespero; gritos incessantes, mas, tudo em vão... De repente, lembra das histórias contadas sobre a Mãe d’água que seus amigos lhes contaram na escola e que ele nunca acreditou...
E você, acredita???

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